A maneira como contamos nossas histórias reflete a forma como organizamos nossos pensamentos e pode dar indicações sobre como está a nossa cognição. Isso foi observado pela doutora Natália Mota, psiquiatra e cientista chefe da Mobile Brain, em mais de dez anos de pesquisas científicas. Esses estudos foram feitos utilizando a teoria dos grafos, uma teoria matemática que nos permite analisar as narrativas como uma trajetória de palavras e suas interações.
Através dessas pesquisas, foi possível observar uma relação entre a complexidade das histórias contadas com a escolaridade (anos de estudo formal das pessoas avaliadas) e, em alguns casos específicos, para crianças em fase de alfabetização, também foi possível obter um resultado preditivo de performance leitora - quanto mais complexa a narrativa de uma criança na metade do ano letivo, melhores seus resultados em uma avaliação de leitura feita no final do ano -, indicando uma associação entre a linguagem oral e o aprendizado de linguagem escrita.
As observações feitas a partir desses estudos foram a base para a definição de uma área de pesquisa e desenvolvimento na Motrix Techknowledge, o Motrix Lab, visando o desenvolvimento de ferramentas educacionais que pudessem auxiliar escolas e professores no acompanhamento de seus estudantes, principalmente após os anos de pandemia, quando os processos de alfabetização ficaram bastante prejudicados e até hoje percebemos seus impactos.
Assim, a Mobile Brain nasce a partir do spin-off do Motrix Lab, com o desafio de continuar fazendo ciência e inovação na área de educação, visando o desenvolvimento de pesquisas e produtos que possam contribuir para o acompanhamento dos processos de ensino-aprendizagem com base em evidências científicas.
O LitMetrix é um conjunto de índices elaborados a partir das análises feitas das histórias contadas por estudantes e que permite monitorar a complexidade narrativa e prever a performance de decodificação e compreensão leitora de estudantes do 1º e 2º ano do Ensino Fundamental. Essas informações são combinadas com o ano escolar do estudante para identificar se o desenvolvimento está dentro do esperado para aquele ano.
O resultado é apresentado em um gráfico semelhante ao da curva de crescimento corporal acompanhada pelos pediatras. Essa curva de desenvolvimento representa o Índice LitMetrix e permite visualizar os percentis de complexidade narrativa por escolaridade. Essa medida aponta se o estudante está dentro do esperado, abaixo ou acima para a idade escolar.
O protocolo de coleta de histórias é simples e lúdico
Os índices podem ser acompanhados em todos os anos do ensino fundamental e médio
Os resultados são rápidos e escaláveis, podendo contemplar escolas ou redes inteiras
Educadores e responsáveis podem ter comparativos e alertas para acompanharem o desenvolvimento cognitivo dos estudantes
De acordo com o percentil do estudante, é possível identificar a necessidade de fazer intervenções que o permitam evoluir de acordo com seu desenvolvimento cognitivo
Gestores de educação podem acompanhar suas turmas e tomar ações de uma maneira ampla e rápida